Presidente dos EUA falou sobre território palestino ao lado do premiê israelense,
Benajmin Netanyahu, na Casa Branca. Os dois aliados se reúnem pela 2ª vez
desde que Trump tomou posse, em janeiro.
Ao lado do premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, o presidente dos EUA, Donald Trump, defendeu nesta segunda-feira (7) a saída de palestinos da Faixa de Gaza, dizendo que o território é uma "propriedade imobiliária incrível".
Trump recebeu o premiê israelense na Casa Branca, em Washington. Esta é a segunda vez que os dois se encontram na capital dos EUA desde o início do segundo mandato de Trump.
Ao serem questionados sobre Gaza e a proposta de criar uma "Riviera do Oriente Médio" no local, aventada no último encontro entre os líderes, Netanyahu disse que defende a saída voluntária de palestinos do território.
Trump não comentou se a saída seria voluntária ou forçada — ele já havia falado sobre uma retirada compulsória de palestinos, proposta que configuraria uma limpeza étnica no local. No momento, a Faixa de Gaza é "um ótimo local onde ninguém quer viver", disse.
"Eu acho que é uma incrível e importante propriedade imobiliária. E eu acho que é algo em que estaríamos envolvidos. Controlar e possuir a Faixa de Gaza seria uma coisa boa. Se você mover os palestinos para diferentes países, você realmente tem uma 'zona de liberdade", afirmou o republicano.
O presidente dos EUA também criticou a retirada unilateral dos assentamentos israelenses da Faixa de Gaza realizada pelo então primeiro-ministro Ariel Sharon, em 2005.
Segundo Trump, foi um erro "pegar uma propriedade à beira-mar e entregar às pessoas em troca da paz".
A Faixa de Gaza é alvo de uma ofensiva militar israelense desde o ataque terrorista do Hamas de 7 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1.200 mortos em Israel. A guerra deixou o local em escombros,e mais de 45 mil palestinos mortos, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo grupo terrorista.
No último dia 23 de março, forças israelenses abordaram um comboio humanitário em Gaza e abriram fogo, matando 15 paramédicos e profissionais de saúde. Os corpos foram enterrados em uma vala comum.
De início, Israel afirmou que as ambulâncias estavam com as luzes apagadas e que havia a suspeita de haver terroristas em meio ao grupo. Um vídeo feito com o celular de um dos paramédicos mortos contradiz a versão oficial. Após a divulgação das imagens, Israel admitiu o erro.
Trum também disse que está realizando conversas diretas com o Irã sobre o programa nuclear do país, e que realizará uma 'grande reunião' com autoridades de Teerã no próximo sábado (12).
A repórteres, ele reafirmou que o Irã não poderá desenvolver armas nucleares.
"Fazer um acordo é preferível a fazer o óbvio", disse Trump, sem dizer explicitamente o que ele queria dizer com "óbvio". O regime de Teerã é considerado o principal inimigo de Israel.
Netanyahu e Trump
Netanyahu e Trump, fortes aliados, se reúnem para debater sanções ao Irã e também o "tarifaço" anunciado pelo norte-americano na semana passada — os produtos de Israel foram taxados em 17%.
"Os dois líderes discutirão o tema das tarifas, os esforços para recuperar os reféns israelenses, as relações israelo-turcas, a ameaça iraniana e a luta contra o Tribunal Penal Internacional", disse a Casa Branca.
A "luta" contra o TPI que Washington menciona no comunicado diz respeito ao boicote que Netanyahu vem tentando fazer ao órgão entre seus aliados depois de a Corte emitir um mandado de prisão contra o líder israelense por crimes de guerra e contra a humanidade em Gaza.
O TPI emitiu um mandado de prisão contra Netanyahu, alegando sua responsabilidade por crimes de guerra em Gaza.
O líder israelense foi aos EUA a convite de Trump. Esta é a segunda visita de Netanyahu à convite de seu aliado norte-americano desde janeiro, quando Trump tomou posse.
Na primeira visita, Donald Trump anunciou a polêmica intenção de os EUA assumirem o controle da Faixa de Gaza após o fim da guerra entre Israel e Hamas.
Desta vez, os dois lados afirmam que a guerra em Gaza deve ganhar menos destaque na conversa entre os líderes, que devem se centrar mais na negociação das tarifas impostas pelos EUA a produtos israelenses.
No domingo, o governo dos EUA disse que mais de 50 países já pediram negociação das taxas anunciadas por Trump na semana passada e que começaram a valer no sábado (5).
Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/04/07/trump-recebe-netanyahu-na-casa-branca-para-discutir-tarifas-e-sancoes-ao-ira.ghtml